Este livro não é muito conhecido, e o próprio autor, quando o é, é-o pela escrita deste livro. Ou seja, estou-vos a falar de um livro e autor desconhecidos para a maioria. No entanto, muitos foram os que o conheceram na altura dos badalados acontecimentos de 11 de Setembro de 2001, e o filme que se lhes seguiu, de nome Fahrenheit 9/11.
Mas o livro nada tem que ver com estes acontecimentos. A história é simples, e faz-me lembrar o que pode vir a acontecer com as novas leis que os EUA e a Europa (e também Portugal por conta e risco) querem implementar, quer seja com a ACTA ou a PL118. A partir daí até ao futuro que nos é contado neste livro, pouco falta.
A história, então, é sobre um futuro em que a leitura de livros (no seu formato papel, já que aparentemente o autor não se lembrou de possíveis e-books na altura da escrita) é proibida. Já li o livro há bastante tempo, e por isso não me lembro qual a razão para essa proibição. Possivelmente nem sequer era explicada. Mas as razões não devem ser muito diferentes das razões patéticas que levam à discussão das leis já mencionadas.
Nesta história, o personagem principal trabalha numa brigada que é encarregue de queimar todos os livros que encontre (é suposto que muita gente ainda guarde livros de forma ilegal). Quando encontra alguns livros, reconhece o prazer de ler, folhear e aprender. A história desenvolve-se a partir deste facto, com fogo e acção à mistura.
Até certo ponto, este livro faz-me lembrar a história de São Paulo. Por um lado perseguem, por outro, são convertidos, e juntam-se à resistência.
Em relação à qualidade de escrita (ou da tradução), não posso dizer muito. Como vos disse, já o li há bastante tempo, pelo que não tenho possibilidade de comentar. Além disso, li esta obra num dos volumes da colecção Mil Folhas, uma colecção de baixo custo do Público mas que, curiosamente, têm mais qualidade do que muitos livros por aí à venda.
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