terça-feira, 31 de agosto de 2010

Perder a graça...

Um spammer enviou-me uma mensagem curiosa. Começava com:
Meu nome é perder a graça.
Sou sincero, que fiquei parvo, a olhar para esta mensagem. É natural os spammers usarem tradutores automáticos, e por isso, terem textos estranhos. Mas eu não estava mesmo a perceber de onde tinha surgido esta tradução, quando reparei mais abaixo, onde estava o texto original...
My name is miss Grace.
E fiquei esclarecido...

domingo, 29 de agosto de 2010

Happy Hour


É que com este nome, não duvido nada que seja happy hour... eu sei, não lembra nem ao Diabo!...

Os circunflexos em promoção

A MegaSport não faz parte da Sonae? (pelo menos tinha essa ideia). Se sim, a Sonae não tem dinheiro para contratar designers com a quarta classe?

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mais um erro de concordância de número

in TV Guia.

O mais certo é terem escrito os castings e depois terem substituído por a selecção. Em todo o caso, não é desculpa para este erro num título.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Eu é que sou muito parvo...

A MediaMarkt tem como slogan, eu é que não sou parvo, mas a mim, e se a frase se refere aos clientes, parece-me que a frase deveria ser eu é que sou muito parvo. Costumam olhar para os panfletos de promoções da MediaMarkt? Pois, eu também. E das duas vezes que me decidi a comprar alguma coisa, senti-me parvo, lorpa, burro.

Uma das vezes, tinha passado uma semana. A resposta foi, esgotou no primeiro dia. Ora, este fim de semana vi de novo um panfleto, fui no primeiro dia, passados 15 minutos de ter aberto. Não havia. A resposta foi, ainda não chegou.

Muito sinceramente, apeteceu-me solicitar o livro de reclamações. Mas não tive pachorra. Sinto que fiz mal, é por pessoas como eu, com preguiça de reclamar, que o país não vai para a frente.

Mas duvido que volte à MediaMarkt, pelo menos para comprar alguma coisa que esteja num panfleto de publicidade.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Testemunha Muda - Agatha Christie

Antes da leitura de "O Hipnotista" estava na minha lista começar a ler livros da Agatha Christie. Sim, eu sei que é quase um sacrilégio alguém da minha idade admitir que nunca leu nenhum livro desta célebre escritora, ainda para mais, quando os livros incluem todos os livros do célebre Poirot.

Bem, mas depois desta confissão, devo dizer que vi alguns livros desta colecção da ASA à venda num hipermercado e gostei bastante do design gráfico da capa, simples mas chamativo, e do formato gráfico do miolo, com caracteres claros e fáceis de ler. Fiquei logo com vontade de comprar, não um, mas toda a colecção. Mas como o meu rendimento não é grande, e prevê-se um ano difícil, limitei-me a comprar dois. Sobre o outro falarei mais tarde.

Sobre este livro, e para além do que poderia dizer sobre a história e enredo concreto, mas que não quero fazer para não apresentar spoilers, gostava de realçar o grande sentido de humor. Não é difícil ler, ler, ler, e desatar a rir a bandeiras despregadas, reparando mais tarde que toda a gente está parva, a olhar para nós. Uma situação caricata, mas que nos leva a rir, ainda mais.

Para quem estava a contar com um post grande como o anterior, lamento desiludir. Agora, fico por aqui.

O Hipnotista - Lars Kepler

Durante as minhas férias decidi arranjar um livro grosso e, esperançosamente, interessante para ler. A escolha recaiu no "O Hipnotista", depois de ter assistido à sua publicidade na televisão. Suspeito que terá sido um dos poucos spots publicitários que alguma vez me influenciaram na compra de algum produto.

Em relação ao livro, há algo que logo me chamou a atenção: a forma de escrita. Devido à minha completa ignorância sobre a língua Sueca, não seria nunca capaz de analizar até que ponto a forma de escrita da versão portuguesa foi herdada da versão original, ou se foi herdada de uma qualquer tradução intermédia que possa ter existido (quem sabe se a tradução para a língua portuguesa foi feita com base no manuscrito na língua original ou, por exemplo, numa tradução existente em inglês), ou ainda se é obra do processo de tradução (ou seja, dos tradutores). Mas, que tem a forma ou estilo de escrita assim especial que me faça escrever tamanho parágrafo? Basicamente, quase todo o livro está escrito no presente do indicativo, descrevendo a acação que decorre nesse preciso momento, ao contrário da forma mais habitual, que será usar o passado, contando algo que se já passou.

Passando à frente a questão estilística, há outro pormenor que me chamou cativou: embora o autor seja denominado Lars Kepler, a verdade é que não se trata de um homem, nem de uma mulher, mas de um casal que escreve em conjunto. Só me lembro de um outro caso semelhante: os livros Uma Aventura, escritos pela actual ministra da educação, Isabel Alçada, e Ana Maria Magalhães. Mas estas, pelo menos, não usam um pseudónimo, e a autoria conjunta é clara. Mas, algo que gostava de compreender, é como estes autores bicéfalos são capazes de produzir cooperativamente. Enquanto que num livro técnico-científico se pode dividir a tarefa dos autores de acordo com as suas áreas de especialização, num romance essa divisão não me parece possível, já que o livro deverá seguir um fio condutor, e não poderão ser esquecidos detalhes previamente descritos, ainda para mais num policial. Pergunto-me se começarão por um índice ou guião com a história base, que possam ir enriquecendo em paralelo, ou se vão, mesmo, escrevendo em sintonia, os dois autores a escrever num mesmo computador ou máquina de escrever. Outra curiosidade seria saber até que ponto uma ferramenta como um wiki poderia facilitar a tarefa de produção cooperativa de um romance.

Voltando ao conteúdo do livro, e nomeadamente à história que é contada, e sem introduzir informação que possa reduzir o interesse de leitura (os célebres spoilers). A história está bem planeada e engendrada. Sendo um policial ou, se preferirem, um thriller, tem a cada momento um conjunto pequeno de possíveis caminhos ou soluções para o caso a ser narrado, soluções essas que se vão, uma após outra, desmoronando, e dando azo a que se descubram novas pistas e novas possíveis soluções. Toda esta história decorre sem momentos mortos. É certo que os autores vão introduzindo breves descrições dos intervenientes ou das cenas em que a acção decorre. No entanto, estas descrições são curtas e aparecem misturadas ou embrenhadas na acção, fazendo com que o interesse e motivação se mantenha ao longo da leitura de todo o livro.

Existe uma grande quantidade de referências a objectos do quotidiano, reais e actuais: desde a referência a sistemas operativos de um computador, ao Harry Potter, aos Pokemon, à Coca-Cola ou ao McDonalds. Também abundante é a referência a nomes de ruas e lugares concretos de Estocolmo e das vizinhancas. Confesso que não tive paciência (dito de outra forma, tive preguiça) para averiguar até que ponto, pelo menos algumas destas referências, são reais. No entanto, a profusão de nomes de ruas e lugares dá realidade à história em causa.

Embora os revisores da Porto Editora tenham deixado escapar alguns erros, maioritariamente tipográficos, o livro tem muito boa qualidade gráfica e de escrita. Talvez o facto que mais me aborreceu tenha sido o uso de "realizar o doutorado em Economia" em vez do "realizar um doutoramento em Economia". Este foi o único momento em que me perguntei se o livro teria sido traduzido de uma versão brasileira.

Concluindo, a minha opinião é de que estamos diante de um bom livro para todos os apreciadores de thrillers e policiais com muito sangue e mortes à mistura. Sugiro que o leiam antes que surja a já planeada versão cinematográfica.

Eu sei quem precisa de apoio

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Biblioteca de Erros de Verão

O Diário de Notícias e o Jornal de Notícias estão a oferecer às terças, quintas, sábados e domingos livros de uma Biblioteca de Verão. Estes livros, com textos de escritores conhecidos, são oferecidos (portanto, ao custo do jornal) e têm umas capas engraçadas. Mas as vantagens param aí.

Estes livros, cujo grafismo e preparação é da QuidNovis, estão atulhados de erros tipográficos. Eu comecei a ler o Carmen (capa na imagem), de Prosper Mérimée, e devo dizer que cheguei à quarta página e desisti.

Os erros vão desde clíticos sem hífen (coisas como "ver se" em vez de "ver-se"), pelo menos duas vezes a palavra "não" sem a letra do meio (portanto, "no") e hífens entre verbo e artigo onde o artigo não funciona como clítico: "comeu-o X" em vez de "comeu o X".

Nota: os exemplos apresentados (com excepção dos referentes à palavra não) foram inventados. Os erros aparecem, mas com outras palavras. Não tive pachorra para voltar a abrir o livro.

Ou seja, em vez de se zelar pelo alfabetismo dos portugueses, o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias e a QuidNovis, querem é ensinar como não escrever.

Parece-me que seria preferível não oferecer nada a oferecer esta bodega...