sábado, 27 de fevereiro de 2010

Tradução Fantástica - II




Divirtam-me com estas fotografias de uma embalagem de um aparelho para a remoção de borboto de camisolas e afins. É estranho que a tradução automática não soubesse traduzir "dustbin". Todas as outras frases têm problemas típicos da tradução automática, como por exemplo, "e toda a sorte da tela sintética", em que "sorte" está a traduzir "sort", de "all sort of". No entanto, não é um erro já que como nona acepção do dicionário da Priberam corresponde "a sortimento, variedade".

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Tradução Fantástica - I

Comprei uma máquina de barbear da Philips. Ia a ler o manual quando me deparei com a lista de línguas disponíveis. Pensei: "Talvez as traduções tenham melhorado. Por uma vez vamos ler as instruções em português".

Pois sim, as instruções não estão assim tão más, é verdade. Até porque não é grande e não tem muito espaço para cometer erros. Mas tem algumas frases que tive dificuldade em perceber. Ora reparem:
Nota: Pode pingar água da tomada na base do aparelho ao enxaguá-lo à torneira. É normal e não é perigoso.
Fiquei com uma dúvida... o que quererá o tradutor dizer "pingar água da tomada"? A minha interpretação (errada), foi de que não há problema em pingar no corpo do aparelho, já que ele está bem isolado.

A curiosidade foi mais forte, e decidi tentar perceber de onde surgiu esta frase. O problema é descobrir qual a frase original que deu origem a esta tradução. A resposta não é simples. Não sei qual a língua que a Philips usa para escrever a documentação original. Optei pela língua inglesa:
Note: Water may leak from the socket at the bottom of the appliance when you rinse it. This is normal and not dagerous.
Então, fez-se luz!! É possível que a água entre no aparelho e, como no fundo do aparelho tem a tomada onde se liga o transformador, é possível que escorra água por esse lugar.

Agora fiquei com duas dúvidas crónicas: (1) e o burro sou eu, que percebo melhor o inglês que o português, ou há mais quem tenha tido a mesma dificuldade? (2) que outra tradução poderia ter sido usada com maior inteligibilidade?

Incoerências ou falta de conhecimentos lógicos

Infelizmente estou a ler o livro "Desenvolvimento de Sistemas de Informação", de Filomena Lopes, Maria Morais e Armando Carvalho, da FCA, Editora de Informática. O "Infelizmente" porque a minha opinião até ao momento é de que o conceito de DSI é mais treta do que quaquer outra coisa relevante. Mas não é isso que quero discutir, porque os meus conhecimentos de causa ainda são poucos.

O que quero aqui referir é a falta de análise lógica dos autores. Algures na discussão de informação, organização e sistema de informação, afirmam:
Poder-se-á dizer que não há organização sem informação, nem sistema de informação sem informação e, consequentemente, não há organização sem sistema de informação.
Ora, transformemos esta afirmação em lógica de primeira ordem:

(~ informação => ~ organização)
e
(~ informação => ~ sistema informação)
então
(~ sistema informação => ~organização)

Simplificando, P = ((~A => ~B) /\ (~A => ~C)) => (~C => ~B). Construamos a tabela de verdade:











ABC(~A => ~B)/\(~A => ~C)~C => ~BP
000 111
100 111
010 001
001 011
110 100
011 011
101 111
111 111


Ou seja, esta afirmação não é sempre correcta. Se tivermos informação e sistema de informação, mas não tivermos organização, o que acontece? Ora, a primeira parte da afirmação é verdadeira, já que assenta num facto falso (não ter informação). A segunda parte da afirmação, é falsa, porque não temos sistema de informação, mas temos organização.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Língua Traiçoeira

Dizem muitas e variadas vezes que a língua portuguesa é traiçoeira. O problema é ser uma língua (natural) e não uma linguagem (artificial). Ou seja, não existe uma definição clara de prioridades, associatividade ou inter-dependência.

Um exemplo simples (e que é a motivação para a minha escrita) é o termo agora popularizado de "papel higiénico reciclado". Pela gramática portuguesa, um adjectivo afecta o substantivo mais próximo. E como ocidentais que somos, lemos da esquerda para a direita. Logo, a associação natural é "(papel higiénico) reciclado", ou seja, estamos perante algo que teve como origem papel higiénico que, depois de usado (ou não) foi reciclado.

Ora, possivelmente o termo correcto deveria ser "papel reciclado higiénico", ou seja, papel que foi reciclado e tratado para ter a finalidade higiénica.

Isto demonstra que a língua natural não pode ser analisada formalmente, o que torna difícil todo o processo de processamento computacional da língua.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Vila Nova de Onde?


A RTP volta a atacar! Parece que estamos sempre a descobrir novas localidades em Portugal. Desta feita foi Vila Nova de Cereveira. Espera aí.. Vila Nova de Onde? Ahs, Vila Nova de Cerveira!

Fico na dúvida se o site da RTP está bem feito, e esta informação só foi introduzida uma vez. Se assim for, concordo que o erro se propague. Caso contrário, demonstra grande aselhice.

Em todo o caso, sugiro que instalem um corrector ortográfico. Por exemplo, o pobre corrector ortográfico que nós mantemos no Projecto Natura e que é possível instalar no Firefox, inclui a localidade de Cerveira correctamente escrita.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Tu também, Jorge?

Por vezes vemos apresentadores ou jornalistas na televisão que julgamos terem algum cuidado com a forma como falam ou com o que dizem. Hoje foi a vez do Jorge Gabriel, na Praça da Alegria, me decepcionar com um "foi um dos que me chamou à atenção". Jorginho, Jorginho, o verbo tem que concordar em número com o sujeito, e neste caso, se se está a escolher um objecto de um conjunto de vários, então o sujeito são os vários. A forma correcta seria "foi um dos que me chamaram à atenção".

Pouco depois, uma professora de adultos, sai-se com "a maioria vieram". Ora, aqui nem há qualquer dúvida! O único artigo existente é o "a" que está no singular. Então é simples! A forma correcta é "a maioria veio"!

Uma hora depois o Hélder diz o brilhante "dos que está aqui representado". Fica como trabalho de casa corrigir esta frase...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Greves

Há greves e greves. Dizem que a greve é um direito do cidadão. É verdade. Mas será que é a mesma greve para todos?

Reparem nas consequências da greve dos enfermeiros, médicos, motoristas de transportes públicos ou mesmo de professores.

Agora, reparem nas consequências da greve pelos engraxadores de sapatos, pelos vendedores de balões e pipocas, ou pelos operadores de carroceis...

Continuam a achar que a greve é a mesma, com o mesmo significado, com os mesmos resultados, para todos os cidadãos?

Não me parece...