Dizem muitas e variadas vezes que a língua portuguesa é traiçoeira. O problema é ser uma língua (natural) e não uma linguagem (artificial). Ou seja, não existe uma definição clara de prioridades, associatividade ou inter-dependência.
Um exemplo simples (e que é a motivação para a minha escrita) é o termo agora popularizado de "papel higiénico reciclado". Pela gramática portuguesa, um adjectivo afecta o substantivo mais próximo. E como ocidentais que somos, lemos da esquerda para a direita. Logo, a associação natural é "(papel higiénico) reciclado", ou seja, estamos perante algo que teve como origem papel higiénico que, depois de usado (ou não) foi reciclado.
Ora, possivelmente o termo correcto deveria ser "papel reciclado higiénico", ou seja, papel que foi reciclado e tratado para ter a finalidade higiénica.
Isto demonstra que a língua natural não pode ser analisada formalmente, o que torna difícil todo o processo de processamento computacional da língua.
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