Neste tempo, em que se vê por todo o lado, em todas as rua, alguém a vender cerejas, supostamente todas de Resende, é possível aprender e ensinar um bocado sobre economia de mercado, e a lei da oferta e da procura. Ora vejamos, na estrada Barcelos - Famalicão existiam duas destas "tendas", uma muito perto de Famalicão, outra muito perto de Barcelos. Ambas estavam a vender cereja a 5 euros, cada 2 Kg.
Entretanto, perto da tenda junto a Famalicão, uma casa de petiscos optou por também vender cereja, colocando anúncio a indicar que cada Kg de cereja era a 1.99. É evidente que o vendedor da dita tenda não gostou, mas a única forma que teve para resolver o problema foi baixar o seu preço de forma a garantir alguma clientela, igualando-o ao preço da dita casa de petiscos.
Entretanto, a dita casa de petiscos decidiu que ainda podia baixar o preço, vendendo o Kg de cereja a 1.50. Não sei se foi por essa razão ou outra qualquer, que no dia seguinte não vi a tenda. Ora, como a tenda não apareceu, a casa de petiscos voltou a vender a 1.99 euros o Kg.
Um dia depois, a tenda voltou, e claro, a casa de petiscos passou ao preço de 1.50, ao que o tendeiro respondeu com o preço de 1.49.
Ah, e esqueci de dizer que o tendeiro perto de Barcelos se manteve sereno, a vender a 5 euros, cada 2Kg.
Ou seja, quando a oferta é grande e a procura não, os vendedores degladiam-se de modo a tentar arranjar clientela. Quando, por outro lado, a procura é grande, torna-se possível subir os preços.
Parece-me, pois, que das duas uma: ou há demasiada procura para os serviços de telecomunicações, e portanto, as operadoras têm tantos clientes, que pouco se importam se eles mudam ou não, ou então, e uma vez que não se verifica esta lei da oferta e da procura, há cartelização de preços. Não sei porquê, mas continuo a defender esta última hipótese.
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