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Sistemas de "templates"

Peço desculpa aos leitores menos tecnicistas, mas hoje o tema é menos geral. No entanto, parece-me fácil de compreender.

O Hospital da Trofa tem um sistema de atendimento telefónico que não funciona. Isso não é novidade, e acontece em quase todas as instituições. Em todo o caso, devem ter pago um balúrdio por uma central telefónica que não foi testada em Portugal. E então, porque digo eu?

Ora, o sistema usa templates para construir frases. Por exemplo, para dizer a posição da chamada na fila de espera, usa o seguinte conjunto de gravações:
"A sua chamada é a" + posição + "na fila de espera."
Depois, alguém esteve a gravar as várias posições, traduzindo directamente do inglês.

Assim, quando o sistema mostra "first", sem qualquer contexto, a pessoa a ler as mensagens em português limitou-se a traduzir por "primeiro". Isto é natural que aconteça. Estamos a falar de tradução sem qualquer contextualização.

Mas, se o sistema tivesse sido testado, a mensagem resultante não seria:
"A sua chamada é a" + "primeiro" + "na fila de espera."
É que não lembra nem ao Diabo...

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