terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O Papiro de César

Ultimamente não tenho tido grandes novidades relativamente a livros. Tudo por culpa de uma conjuntivite vírica que me deixou os olhos uma lástima e, segundo os médicos, poderá demorar até um ano a passar por completo.

Isto leva a que a leitura séria tenha de ficar atrasada. Tenho usado algumas palavras cruzadas e pouco mais para me entreter, já que esforça menos a vista. Em todo o caso, O Papiro de César,  sendo relativamente curto, e em banda desenhada, lê-se rapidamente.

O que tenho a dizer sobre o livro não é muito. Tenho pena que já não seja obra dos autores originais, que conseguiram prender-nos até ao final do livro, com uma história e várias piadas paralelas. Neste, a história é mais do mesmo, e as piadas paralelas são poucas, e mais relacionadas com trocadilhos (entre o uso de pombos e a comunicação wireless, e alguma referência ao twiter) do que piadas concretas, que nos façam dar verdadeiras gargalhadas.

Assim, o meu comentário geral é que se trata de um livro morno, sem grandes novidades, e sem o regresso dos velhos tempos.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Rádio Popular e Inspeção Obrigatória

O meu telemóvel LG G4 Stylus morreu. Bem, pelo menos não mostra imagem. Ficamos sem saber se foi gráfica ou ecrã. Ele funcionava porque o telemóvel se ligava via bluetooth ao carro. O telemóvel tem menos de 2 meses de uso. Uma semana esteve em casa na caixa. Três semanas andou com a película a dizer "LG G4" porque ainda não tinha bolsa onde o meter. E passou mais três semanas na bolsa respectiva. Ou seja, estava impecável.

Hoje fui levar à garantia. Já é um problema que a LG não faça substituições, e mande fazer reparações (que me custa a crer que seja feita). O que me custa é que o funcionário perca 15 minutos a puxar o lustro ao telemóvel, a tentar encontrar vestígios de mau uso. Eu sei que é necessário descrever o estado do produto, até para segurança do próprio cliente (para não devolverem um produto riscado e argumentar com o cliente que ele já assim estava). Mas eu senti-me um aldrabão. A sério.

Eu sei que é preciso algum cuidado, porque há quem queira mandar um telemóvel ao chão, e depois metê-lo na garantia. Mas é favor não exagerarem.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Coligações, Oposição e outras assunções erradas sobre a democracia

Peço desculpa por escrever sobre política. Primeiro, porque é um tema que me mete, habitualmente nervos, e por outro, porque é um tema que não domino, e que, portanto, posso estar a tirar conclusões erradas. Em todo o caso, convido-vos a dar-vos a vossa opinião nos comentários, sempre que de forma devidamente construtiva e civilizada.

Uma das coisas que me parece começar logo errada é o nosso ilustre Presidente da República achar que uma maioria relativa não dá segurança governamental. Na verdade, isto já aconteceu há algum tempo atrás, e daí surgiu a actual coligação. A meu ver, esta necessidade pela maioria absoluta é errada. Do mesmo modo que é errado ver o executivo do Primeiro Ministro como a entidade governadora do país. Parece-me que todos nós votamos, e tenhamos votado em A, B, ou C, elegemos alguns deputados que, supostamente, estão no parlamento a defender os nossos interesses, a propor soluções para o país, e a tentar ajudar na governação do País. Acho que é para isso que lhes pagam...

Ora, um hábito instaurou-se em alguns partidos, o de votarem em massa sobre determinado assunto. Este é outro erro. Cada um de nós é diferente. Todos vemos o mundo de forma diferente. Embora eu seja católico, tenho a certeza que vejo  igreja de uma forma muito diferente de todos os outros católicos. E ao ser católico não implica que concorde com tudo o que a igreja decide. Ora, se isto acontece com uma religião, suponho que num partido político também exista. E estando nós em democracia, cada um deve votar no que bem entende, como bem entende.

É este voto em massa que leva à necessidade (ou melhor, à ociosidade) de querer maioria absoluta. Havendo-a, e garantindo que todos votam dentro do partido da mesma forma, um partido com maioria absoluta não precisa, para nada (e peço desculpa se estou a dizer asneiras) do resto da Assembleia da República. Nessa altura, nem valia a pena que esta existisse. Sempre ficava mais barato.

Um governo com maioria relativa obriga a que alguns dos outros partidos colabore, para aprovar medidas. E nesse aspecto surge outra assunção errada, de que todos os partidos que não são o do executivo, devem ser oposição. Qual oposição, qual quê. Devem é fazer tanto ou mais que o executivo para governar o país. Se não concordam com uma proposta, devem explicar o porquê, e apresentar soluções. Mas o que parece que acontece é que, sendo oposição, têm de estar contra. E como a maior parte das vezes não há uma razão real, está-se contra apenas porque é esse o dever da oposição. E, se fosse oposição, porque é que o governo teria um orçamento para lhes pagar?

Parece-me que a actual forma de agir permitiria, ao limite, reduzir a AR a um representante por partido, em que cada um tem um peso diferente...

terça-feira, 30 de junho de 2015

História de um gato e de um rato que se tornaram amigos


Sou fã do Luís Sepúlveda, não só dos seus romances (recordo por exemplo O Velho que Lia Romances de Amor) mas também dos seus livros pseudo-infantis. Mas, ao contrário de outros, como A História de um Caracol que Aprendeu a Importância da Lentidão, ou O Gato que Ensinou a Gaivota a Voar, este livro de que hoje vos falo é um pouco menos interessante, já que a história é mínima e praticamente insignificante. Não quer dizer que o livro seja mau, mas confesso que me deixou um pouco triste. No entanto, aquilo que é dito no livro não deixa de ser interessante ou importante. Este livro é uma espécie de Ode à Amizade, em que vão sendo realçados sentimentos que demonstram a amizade entre os diferentes personagens da história: Max, o dono do gato Mix, e o seu amigo rato Mex.

Portanto, em última análise, não o leiam com a esperança de um conto muito interessante. Leiam-no como uma forma de compreender a amizade.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

O Homem de Sampetersburgo

 

Demorou-me bastante tempo a ler. Ao contrário de outras obras de Ken Follett, esta aproxima-se ao primeiro volume da trilogia "O Século", com uma história morna que, infelizmente, só aquece no final (não apenas pelo incêndio da história...). Na capa do livro tem algumas citações de jornais, em que alguém diz que é talvez a melhor obra de Ken Follett. Infelizmente não concordo. Não que seja mau, mas não é cativante. Tanto é que acabei por ir deixando o livro, sem o ler, e vendo algumas séries. Mas finalmente ganhei a coragem necessária para o acabar (até porque tenho vários outros que parecem interessantes na estante).

A história volta a ser no passado, algures antes da segunda guerra mundial (espero não me estar a equivocar), e apresenta algumas questões de política internacional, misturada com algum (mas pouco) romance, e uma história com algum suspense ou acção.


sábado, 6 de junho de 2015

Lei da Oferta e da Procura

Neste tempo, em que se vê por todo o lado, em todas as rua, alguém a vender cerejas, supostamente todas de Resende, é possível aprender e ensinar um bocado sobre economia de mercado, e a lei da oferta e da procura. Ora vejamos, na estrada Barcelos - Famalicão existiam duas destas "tendas", uma muito perto de Famalicão, outra muito perto de Barcelos. Ambas estavam a vender cereja a 5 euros, cada 2 Kg.
Entretanto, perto da tenda junto a Famalicão, uma casa de petiscos optou por também vender cereja, colocando anúncio a indicar que cada Kg de cereja era a 1.99. É evidente que o vendedor da dita tenda não gostou, mas a única forma que teve para resolver o problema foi baixar o seu preço de forma a garantir alguma clientela, igualando-o ao preço da dita casa de petiscos.
Entretanto, a dita casa de petiscos decidiu que ainda podia baixar o preço, vendendo o Kg de cereja a 1.50. Não sei se foi por essa razão ou outra qualquer, que no dia seguinte não vi a tenda. Ora, como a tenda não apareceu, a casa de petiscos voltou a vender a 1.99 euros o Kg.
Um dia depois, a tenda voltou, e claro, a casa de petiscos passou ao preço de 1.50, ao que o tendeiro respondeu com o preço de 1.49.
Ah, e esqueci de dizer que o tendeiro perto de Barcelos se manteve sereno, a vender a 5 euros, cada 2Kg.
Ou seja, quando a oferta é grande e a procura não, os vendedores degladiam-se de modo a tentar arranjar clientela. Quando, por outro lado, a procura é grande, torna-se possível subir os preços.
Parece-me, pois, que das duas uma: ou há demasiada procura para os serviços de telecomunicações, e portanto, as operadoras têm tantos clientes, que pouco se importam se eles mudam ou não, ou então, e uma vez que não se verifica esta lei da oferta e da procura, há cartelização de preços. Não sei porquê, mas continuo a defender esta última hipótese.