Avançar para o conteúdo principal

Os Pilares da Terra (Ken Follett) - Vol I

É certo que a história é apenas uma, e que a divisão em volumes é puramente funcional (tornar possível a impressão e encadernação do livro), e não como, por exemplo, O Senhor dos Anéis em que, embora a história continue, cada livro tem um final minimamente estanque.

Mas para não vos deixar tanto tempo à espera, preferi apresentar aqui uma pequena revisão do primeiro volume de Os Pilares da Terra, uma obra em dois volumes de Ken Follett, publicado em Portugal pela Editorial Presença.

A história é referente à idade média, e portanto, considerável com romance histórico. Romance neste contexto, apenas porque em Portugal é típico denominar por Romance toda a literatura. Claro que existe romance, mas a percentagem relativa ao resto da história não é suficiente para que se denomine (a meu ver) a obra como romance puro e duro.

O livro está muito bem escrito. Não estou a ler a versão original, como vêm pela capa, mas a versão traduzida. Não posso dizer de que modo a escrita de Ken Follett é rebuscada ou não, mas a forma como a história é contada e encruzilhada é reproduzida durante a tradução, e é aquilo que (sendo esta a segunda obra que leio de Ken Follett) mais admiro na escrita de Follett. Aos poucos, vários personagens são apresentados, de forma independente, com histórias independentes que, aos poucos, e sem contar, se vão cruzando. Alguns destes cruzamentos são tão inesperados que tornam a leitura agradável.

A tradução em si também é boa. Lamento não apresentar aqui o nome do (ou da) tradutor, mas tentarei lembrar-me de o fazer quando escrever sobre o segundo volume. Apenas alguns erros esporádicos que me parecem mais tipográficos do que propriamente erros de escrita.

Comentários

Alberto Simões disse…
Esqueci-me de me queixar de uma passagem de violência sexual. Acredito que retrate o comportamento e pensamento relativo à mulher naquela época, mas também defendo que não há necessidade de recordar esses maus princípios.

Mensagens populares deste blogue

Vila Nova de Famalicão sem Cinema

Vila Nova de Famalicão nasceu numa encruzilhada, entre Braga, Porto, Barcelos, Guimarães, todas cidades seculares. Nesta encruzilhada foi surgindo a necessidade de pernoitar, surgiram os caminhos de ferro, a indústria dos relógios, na já falecida "A Boa Reguladora", e, pouco a pouco, a cidade surgiu. Originalmente tínhamos um teatro, o Cine-Teatro Augusto Correia. Pelo nome já depreendem que tinha uma sala polivalente, que permitia assistir a cinema ou a teatro. Com o tempo surgiu a mania dos Shoppings , e o Shopping Town , único da cidade que merece tal nome, abriu, incluindo um cinema. O Cine-Teatro Augusto Correia foi ficando velho e mais tarde fechou (entretanto demolido, e já oupado por novo prédio habitacional). Este cinema, no Shopping Town foi-se aguentando. É verdade que um cinema numa cidade pequena não pode ter grande variedade de filmes (fica demasiado caro). Mas os filmes mais falados acabavam por passar em Famalicão. Entretanto, eis que surgem os hipermercados,...

Uma Hora de Trânsito

Enviei este texto para os jornais locais, Diário do Minho e Correio do Minho. Nenhum dos quais se dignou, sequer, a responder o interesse (ou falta dele) pela publicação do texto. Assim sendo, aproveito para reavivar este blog, partilhando-o convosco.

Obesidade: uma doença?

    Tenho excesso de peso. É inegável. Mas a forma com que a sociedade, e em particular a comunidade médica, lida com isto, deixa-me frustrado. Sim,  gosto de comer, tenho uma vida sedentária, e preciso de mudar de hábitos. Isso é óbvio. Mas fazem ideia da dificuldade que é ter essa força de vontade. E não, um "tem de o fazer" não resolve nada. Para quem tem um metabolismo que queima calorias facilmente, isto deve parecer trivial. Comam menos, mexam-se mais, fim da conversa. Devem achar que passo o dia a comer. Muitas vezes nem é isso. Conheço gente que come barbaridades e continua magra. Não é o meu caso. O que me irrita é que a obesidade não é levada a sério, nomeadamente como uma doença. Pensa num fumador - tem adesivos de nicotina, medicação, acompanhamento psicológico, várias ferramentas. E quem tem peso extra: uma dieta num papel. É como dizer a um fumador "pronto, agora fumas só três vezes por dia, e daqui a quinze dias falamos". Já passei por vários nutri...