segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Problemas de Concordâncias

A revista de domingo do Jornal de Notícias continua a ter problemas de concordância. Não me chocaria no meio de um texto, que só algumas pessoas lêem. Quando é um título de uma notícia, já não é bem a mesma coisa, e as desculpas perdem-se. Ou então estavam todos tão embrenhados a fazer experiências sobre o dito acto sexual.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Pêndulo de Foucault

Devo começar por dizer que este é o meu terceiro livro do Umberto Eco que leio. Comecei pelo Nome da Rosa, e seguiu-se-lhe o Baudolino. Gostei bastante de ambos os livros. Embora de tipos muito diferentes, ambos com muita qualidade. Este, o Pêndulo de Foucault saiu-me completamente ao lado.

Em primeiro lugar, a tradução está uma miséria. Não conheço o livro original (que imagino tenha sido escrito em Italiano) e portanto não sei até que ponto o tradutor da DIFEL seguiu um processo de tradução linear (são ambas línguas latinas) ou não. Mas o certo, é que a tradução está muito má.

Começa por não se traduzir um conjunto de termos informáticos, como file, filename, word processor que não têm qualquer explicação para não terem sido traduzidos pelas equivalentes traduções portuguesas, ficheiro, nome do ficheiro e processador de texto. Se estiveram atentos na leitura deste parágrafo, devem estar a dizer que se o Humberto Eco usou as palavras em inglês, então a tradução também o deve fazer. Embora compreenda essa forma de pensar, não concordo totalmente. Não sei se na data em que o livro foi escrito já existiriam traduções sensatas para Italiano destes termos.

Depois, nas partes mais filosóficas, nota-se a falta de leitura de prova sobre o texto, em que lhe faltam vírgulas e existem faltas de concordância de plurais. Numa workshop que realizei aqui há uns meses na Universidade do Minho, uma responsável por uma empresa de tradução colocava uma dúvida interessante: qual será mais fácil, a tradução técnica ou a tradução literária?

Em relação a este assunto, o típico é dizer-se que a tradução literária é mais complicada, porque um tradutor literário não pode fazer uma tradução literal (curioso o facto de literário e literal serem palavras parecidas), tem de ser verdadeiramente um segundo escritor. Esta tradutora, defende que a tradução de documentos técnicos é mais complicada, porque o tradutor tem de compreender sobre o que está a falar, conhecer a terminologia em causa.

Ora, no caso concreto deste livro, o tradutor mostra ineficácia em ambos os aspectos. Por um lado porque o livro é difícil de ler. É típica a necessidade de reler mais do que uma vez um parágrafo para se conseguir compreender minimamente o assunto em causa. Depois, o tradutor mostra incapacidade de compreender uma área tecnológica. Ao aceder a um computador, referem-se à necessidade de introduzir uma palavra de ordem. Concordo que não há uma tradução com que todos concordem em relação a password, mas a que foi usada não é, de todo, uma das traduções possíveis. Não duvido que em Italiano se use qualquer coisa parecida com palavra de ordem, mas a tradução não pode ser literal. Nem na tradução de literatura, nem na tradução técnica!

Para além da incompetência na tradução, o tradutor também é incompetente na língua portuguesa. Exemplos são as frases a maior parte eram mulheres, que devia ser a maior parte era mulheres, já que o verbo deve estar de acordo com o sujeito, e não com o complemento directo; e a frase era um dos que sabia tudo nos seus tempos, que devia ser era um dos que sabiam tudo nos seus tempos (embora este erro que aponto não seja consensual, mas discutirei num outro post sobre o assunto). Mais exemplos não faltam!

Quando cheguei a meio do livro deparei-me com a palavra radiactivo duas vezes na mesma página (em vez do radioactivo) e, na página seguinte, exilir em vez de elixir. E há mais! Muitos mais! Demasiados! Nesta altura, percebi a quantidade de erros e problemas neste livro (que, imaginem, já vai na décima nona edição mas que, aposto, nunca levou uma única revisão). Nenhum revisor deve ter sido capaz de passar das primeiras 50 páginas para a frente. Perdoem-me a linguagem, mas que grande seca. Tenho pena de ter comprado o livro. Mas já que o fiz, tive de ler até ao fim.

E este facto (ser uma seca), não me parece que seja só culpa do tradutor. Mas o Umberto Eco deixou-me muito decepcionado com este livro. Embora existam pequenas partes ou secções com piada, em que é feita uma caricatura da realidade com humor e sentido crítico, a maior parte do livro consiste em deambulações filosóficas, com termos e nomes religiosos completamente estranhos e que, do meu ponto de vista, nada contribuem para a história. Também não sei se será culpa do Eco ou do tradutor a falta de conhecimento religioso (num livro sobre religiões é um ponto bastante mau!). A santa que perdeu os olhos e que é padroeira da visão chama-se Santa Luzia e não Santa Lúcia. Sem querer defender o Eco, diria que o tradutor não tem grande noção, e achou simplesmente que o termo Luzia era estranho, e limitou-se a traduzir.

Agora que a DIFEL foi comprada (segundo ouvi dizer), espero que os responsáveis por esta edição dêem alguma atenção a este livro. Façam uma revisão da tradução e façam uma revisão da forma de escrita. Ahs, e façam uma revisão ao texto do ponto de vista tipográfico. Ambos os tipos de letra usados são de fraca qualidade, e a impressão deixa muito, mas mesmo muito a desejar.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Já não se fazem destes trabalhos



Dois detalhes e toda a janela da sede do IPCA (Instituto Politécnico do Cávado e Ave) em Barcelos. Como digo no título, já não se vêem trabalhos destes.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Heresia (J. S. Parris)

Ontem terminei a leitura do livro Heresia, de S. J. Parris. É curioso que estive durante todo o livro confiante que o autor deste livro era o mesmo de um outro que terminei em Dezembro: Dissolução. Mas não, o outro foi escrito por C. J. Sansom. Mas existem algumas semelhanças. Ambos relatam histórias que se passam em Inglaterra na altura da criação da religião Anglicana. Ambos têm um fraquinho (grande) por defender a religião Anglicana e atribuir todo o tipo de pecados aos papistas, e padres católicos. Esta tendencia deixa-me algo inconfortável na leitura deste livro. Acho que cada vez mais nos devíamos dedicar a escrever na expectativa da reunião das religiões. É que por mais ateu que o autor seja, é importante destruir os muros entre as religiões. Há outras coisas mais importantes a discutir (sei lá, as situações políticas) do que as crenças pessoais.

Passando ao assunto principal deste post, o que posso dizer sobre o livro que não retire o interesse de um futuro leitor? O texto está bem escrito e o livro é fácil de ler. Mas tem um problema típico: toda a investigação é desmoronada de um momento para o outro. Prefiro quando são apresentados pequenos detalhes, que nos permitem ir investigando por conta própria, tentando descobrir o ou os culpados.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Linda... muito Linda


Esta era uma mensagem na minha pasta de Spam. Não sei o que mais comentar em relação a este post. Sem palavras!