Gosto de ir variando os autores e tipos de livros que vou lendo. E depois de "O Executor" de Lars Kepler, e do "Cemitério de Praga" de Umberto Eco, decidi-me por um policial leve de Agatha Christie, com o famoso Belga, Mr. Poirot.
Este livro não é mais que um apanhado de doze histórias, que são paralelizadas com os doze trabalhos que Hércules, na mitologia, teve de realizar. Para quem ainda não tenha reparado, recordo que o primeiro nome de Poirot é Hercule.
Sobre este livro, gostava de saber se Christie teve primeiro a ideia de fazer este paralelismo, e depois foi inventando histórias que se encaixassem minimamente com os trabalhos mitológicos, ou se por outro lado, tinha um conjunto de pequenas histórias pensadas e mais ou menos preparadas, mas que eram demasiado pequenas para publicação, e portanto fora necessário arranjar um chapéu sob o qual colocar todas estas histórias de modo a ganharem tamanho para uma publicação. É que algumas das relações das histórias com o trabalho de Hércules é muito leve ou praticamente inexistente. Em todo o caso, suponho que esta dúvida poderá ser respondida apenas pela Christie, pelo que o mais certo é eu continuar indefinidamente com esta curiosidade.
Há algo que me enerva profundamente nos livros de Poirot: tipicamente a história é descrita, e o leitor tenta, aos poucos, descobrir por si mesmo qual o assassino ou o ladrão. Mas no fim, Poirot apresenta as suas conclusões usando factos que nunca foram mencionados. Parece-me injusto, e até certo ponto, torna a história menos interessante. Este livro não é diferente, e poucas são as histórias que não terminam com Poirot a despejar factos de uma forma avassaladora, de que nunca tínhamos ouvido falar.
Em todo o caso, estes livros são de fácil leitura, e incluem algumas piadas ou cenas que nos fazem sorrir. Não posso terminar sem contar uma dessas cenas em que Poirot pergunta a Miss Lemon, sua secretária: Se um amigo lhe dissesse para se encontrar consigo no inferno, o que faria?, ao que Miss Lemon responde: Ora, reservava uma mesa.
Em todo o caso, estes livros são de fácil leitura, e incluem algumas piadas ou cenas que nos fazem sorrir. Não posso terminar sem contar uma dessas cenas em que Poirot pergunta a Miss Lemon, sua secretária: Se um amigo lhe dissesse para se encontrar consigo no inferno, o que faria?, ao que Miss Lemon responde: Ora, reservava uma mesa.
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